segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Seria um dia especial



Seria um dia muito especial: o dia em que, ao ligarmos a televisão para ouvir as notícias, a abertura fosse..."hoje ninguém morreu numa qualquer guerra"! Mas nunca é assim. Já não duvidamos que houve um atentado no Iraque: só não sabemos quantos morreram. Não temos dúvida que o conflito entre israelitas e palestinianos continua: só não sabemos se foi dia dos palestinianos atacarem ou dos israelitas contra-atacarem. Não temos dúvida que decorre algures um genocídio: no Chade, no Ruanda, na Bósnia...em qualquer lado há-de ser. Hoje o alvo foi um prémio Nobel da paz. Ontem, foram mulheres, crianças...Não tenhamos ilusões, sempre assim foi e sempre assim será. Nunca faltarão razões: étnicas, políticas, económicas, religiosas...Nunca faltará quem lucra com a guerra, desde políticos a fabricantes de armas, de líderes religiosos a tiranos. Nunca faltarão os "universais soldados", para darem o corpo às balas, seja por patriotismo seja por cobiça, por ideais ou por ódio, por coragem ou por medo. E nunca faltarão as vítimas inocentes: os mortos, os feridos, as famílias destroçadas, os que sobrevivem e ficam sós. Sinceramente, não acredito que consigamos pôr um fim às guerras. Os mais espertos e mais ricos, talvez as consigam manter longe, travá-las fora de portas. Outros tentarão levantar dúvidas sobre a dimensão das desgraças ocorridas(o Holocausto, por exemplo). Mas uma coisa será sempre certa: a todo o momento, num sítio qualquer, alguém, numa guerra qualquer, estará sempre a tirar a vida a um semelhante, que de diferente só terá a cor da pele, ou o credo, ou apenas o facto de ter nascido a 200 metros, do outro lado da fronteira...

6 comentários:

ju disse...

Qualquer dia a humanidade desperta para uma nova realidade e começa a abrir os telejornais a dizer "hoje nasceram 500000 crianças saudáveis, ocorreram 70000 transplantes com sucesso, salvaram-se 800000 vidas..." ou coisas do género.
Não andaremos a ver o mundo com os olhos errados e a promover aquilo que acontece de pior?

Anónimo disse...

É o mercado a funcionar...infelizmente as desgraças vendem mais jornais...
Acho essencial divulgar-se o que se vai passando de bom, desde os avanços da ciência ao serviço da Humanidade, até às artes, do exemplo do trabalho dos voluntários ao serviço dos mais necessitados, aos políticos sérios e comprometidos. Mas as notícias relatando guerras, atentados, etc. têm de ter muito destaque. Caso contrário ainda nos sentamos confortavelmente no nosso cantinho, pensando que, para todos, isto é "a wonderful world". E não é mesmo!

ju disse...

Destaque é exclusividade? É sempre a primeira página? É o FCP ocupar a abertura das notícias só quando perde? x)

Anónimo disse...

Estás a contradizer-te: aí está uma 1ª página com boas notícias!

X - é mais seguro


Este comentário auto-destruir-se-à em 3...2...1...

Anónimo disse...

o mundo não é um mar de rosas.
não é pacifico.
Mas também o é.
Relatar coisas negativas pode ser bom (por um lado), para olharmos para a nossa vida e dar-mos-lhe valor. Valor ao que temos (e ao que não temos).

Mas também seria importante um maior optimismo.
A imprensa transmite o que as pessoas querem ver, senão não vendiam. Se é isso que as pessoas querem ver, porque não dar isso às pessoas para se sentirem melhores e mais felizes.

É por ver os atentados no iraque que me sinto bem no Portugalzinho seguro...

SP

Pescada Frita disse...

Já o foi mais, SP, já o foi mais...