sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Estamos tramados!

Estive a ver a entrevista da Manuela Ferreira Leite, na RTP. Perante o povo português apresentou-se um candidato ao cargo de primeiro-ministro, alguém que tem boas hipóteses de vir a liderar, nos próximos quatro anos, os destinos destes dez milhões de lusitanos à beira mar plantados.

Qual é o cenário de fundo? Um país com uma taxa de desemprego que, se for seriamente avaliada, deverá já ter ultrapassado os 10%, fracas taxas de crescimento do PIB nos últimos dez anos, um preocupante endividamento externo e um déficit orçamental que volta a disparar, após termos sido sujeitos a uma pesada carga fiscal e à perda de benefícios para que o mesmo fosse diminuído. Temos muitas famílias sobreendividadas e taxas de juro que, partindo de um indexante de pouco mais de 1%, chegam aos 5 e 6% por causa dos spreads bancários (sim, porque os bancos têm de recuperar mais rapidamente do que os outros dos efeitos da crise, para que as nossas poupanças voltem a estar seguras. Ou dito de outra forma: têm de repôr os seus níveis de rendibilidade, para cobrir as perdas causadas pela gestão imprudente e gananciosa dos seus gestores, bem como poder continuar a pagar os salários milionários que estes génios merecem). Jovens licenciados emigram à procura de uma oportunidade noutras paragens e um quinto da população é considerada pobre.

A um nível mais global, a grave crise económica parece ter "batido no fundo", aparecendo os primeiros sinais de retoma e os americanos elegeram um presidente com um slogan: "YES WE CAN!"

Mas voltemos à entrevista da nossa candidata a PM. O que seria de esperar de alguém que se propõe a liderar os nossos destinos, neste cenário? O que seria de esperar de alguém que é líder do maior partido da oposição, que é profissional da ciência política e económica?

Esperaria genica, ideias, ideais, denúncia do que foi feito de errado. Queria ver uma lista de medidas alternativas que, mesmo que não houvesse tempo para as expôr a todas, deixassem a ideia da vontade, da capacidade, do empenho em fazer algo em prol do país. Esperaria um slogan do tipo: "agora é a sério", ou "mãos à obra", ou ainda "juntos vamos conseguir".

Esperaria números, metas: "queremos reduzir o desemprego para menos de 6%","reduzir o número de pobres em 20%","aumentar o rendimento per capita em 3%",etc. Queria ouvir um compromisso: "se não atingirmos estas metas quantificadas, assumiremos o nosso falhanço".

Mas não foi a isto que assisti. Vi uma candidata sem garra, que não me empolgou minimamente. Já sabia que prefere que o investimento público não seja canalizado para os grandes projectos. Mas não ouvi mais nenhuma ideia.

De resto, nada de compromissos, nada de promessas. Apenas os "princípios"...A não ser que na realidade não queira ganhar as eleições. Mas também não precisava de exagerar!

Estamos, pois, bem tramados: vamos ter de decidir entre os que nos têm governado (deixo a análise dos resultados para a capacidade analítica de cada um), o principal partido da oposição (com toda esta garra e guerras internas), os partidos à esquerda (que querem nacionalizar a banca e os sectores estratégicos mas, quando lhes perguntam como, respondem que os pormenores teriam de ser estudados), e o partido da lavoura.

Não há por aí ninguém sério, trabalhador, competente, que consiga reunir uma equipa com estes mesmos atributos e apresente um projecto mobilizador para o país? Um projecto no qual os portugueses sintam que o contributo de cada um (professor, aluno, empresário, operário, investigador...) é importante para o desenvolvimento da nossa sociedade?

É que me dá a ideia que com estes...não vamos lá!

2 comentários:

CuiShLe disse...

Um curso sobre blogs?
Quando quiser, também não percebo muito!
Um beijinho

Anónimo disse...

ola olha ue novamente.
pois bem quando formamos um partido?
as pessoas serias honesta trabalhadoras não ligam a politica.
quando tens jovens com filhos, pessoas nemos favorecidas que sobrem na pele o suplicio do dia a dia e as ouves "são todos uns ladrões, uns vigaristas" e depois dizes assim entao vamos mudar a resposta é "quem eu?naaa eu nem vejo as noticias que é para não me chatear, eu tenho muito que fazer outros que vão". pois bem os outros que vão sao os que la estam parece que quem mais pena menos se importa, não sao importantes nem têm esses estatutos de sr dr, nem entendem muito disso.
o mal esta nos governantes e nas politicas e nos que gerem, mas a culpa maior não é deles é nossa e da nossa mentalidade tacanha do dizer mal e nada fazer, ou entao esperar que faça o visinho assim se der asneirafoi ele que fez.

pois assim onde iremos parar?
assim onde ha a igualdade?

houve muitas mexidas é uma verdade nem todas boas mas porque raio eu tenho 22 de ferias e ha classes de trabalhadores que tem bem mais?
porque raio trabalho 8 horas diarias e classes trabalhadoras chiques trabalham 5 e as vezes nem isso? porque raio eu me magoou e vou ao hospital e não ha medicos não ha enfermeiros, porque emigram??não não é verdade porque senão n tinhamos medicos e enfermeiros espanhois e de outras nacionalidades.

sacrificio moralidade apoio bondade não existe em portugal nem em muitos sitios do mundo porque ninguem ajuda o outro sem interesse proprio.


como é q é possivel nos estados unidos da america não tens seg de saude (quando ha acampamentos de gente que nem casa tem passam fome porque perderam tudo com a crise, literamente acampamentos de refugiados a volta das grandes cidades(LA Washiton e coisas assim)) e não tens seg de saude morres a porta do hospital e nos queixamo-nos e olhamos p os outros.

aqui es atendido nem q seja 48 horas depois e se tiveres cunha es logo operado mm que quem esteja na lista de espera esteja a morrer e tu é so uma coisinha.

espanha, que todos os portugas gostam tt, é linda não é?
pena a tx de desemprego ja va nos 15% da população, frança q lindo pais, a gerar guetos.

vamos com calma sim a crise é real e social em todo o mundo aqui sentimos mais devido tambem aos nosso politicos, mas quem vai para la? ninguem porque quermos sempre q seja o outro a tratar.

sejamos mais activos do que queixar. é feio ser queixinhas, llololol
beijos