sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Will you stand by me?



Já Obélix, figura histórica incontornável, o dizia: "estes humanos são loucos!". Somos peritos a criticar: a ganância dos ricos, a desonestidade dos políticos, a falta de solidariedade do vizinho, a antipatia do chefe ou do professor, a falta de civismo dos condutores, a falta de atenção ou delicadeza, para connosco, do amigo...

Mas quando se trata de analisar as nossas falhas, aí o juíz mostra-se muito mais brando e condescendente. Nos outros, as falhas, mesmo as pequenas, são reveladoras do verdadeiro caracter do personagem. Em nós, são fruto das circunstâncias adversas, do cansaço e do stress, ou a resposta condigna a uma provocação indigna.

Já perdi a conta às vezes que não fui a casa de um amigo que precisava da minha companhia, porque não tive tempo. Que não disse o que era justo ser dito, porque pesei as consequências para o meu bem estar. Que não dei, com medo que me viesse a fazer falta. Que fui indelicado, porque estava zangado. Que critiquei, por me sentir moralmente superior. Que não estive dísponível quando fui preciso, simplesmente porque não me apeteceu.

E este sou eu, candidato por mérito próprio a um mundo ideal, onde não seriam necessárias leis ou hierarquias, porque todos seríamos perfeitos, ou quase...

Na nossa "loucura", somos todos diferentes: uns privilegiam o dinheiro e o poder, outros a carreira ou a família, outros, ainda, o equilíbrio ou um "dolce fare niente". As falhas de uns serão concerteza maiores do que as doutros. Da mesma forma, os méritos. Mas sejamos quem sejamos, quaisquer que sejam as nossas motivações e os nossos objectivos, todos ansiamos uma coisa: ter amigos que, incondicionalmente, irreverentemente, firmemente...fiquem ao nosso lado...apesar dos nossos defeitos.

5 comentários:

Anónimo disse...

Curioso o vídeo que colocas nesta mensagem.
A união do Mundo pela música, "just stand by me!"
Não sou dono da verdade, ninguém o é, mas dela faço parto, ou para ela tento fazer parte. Mas apesar dos dias que já vivi, julgo que já vivi muito. Muito e muita coisa. Não me julgo superior a ninguém, ninguém o é. Mas sinto-me "experenciado" nesta vida que Alguém me deu. Já fui muito feliz, já fui muito triste. Já lutei contra tempestades trovejantes, já me sentei ao sol a descansar.
Quem me conhece, sabe como sou. Durante muito tempo, era difícil de coexistir comigo mesmo. Mas agora aprendi a ser como sou e tirar o melhor proveito deste mesmo.
Falas de algo que toda a gente procura...O Mundo Perfeito, o Mundo idílico que todos vivemos em paz e harmonia, falas de um mundo impossível. BP acreditava que nada é impossível, e nada o é realmente, depende tudo de nós. Mas torna-se "complicado" quando por meias palavras de destrói sentimentos e mundos. Por vezes nem o tapa-buracos chega para disfarçar feridas. Um cola-corações que deixam sempre marcas.
Mas porque somos assim? Porque magoamos e ferimos pessoas. Porque nos julgam e nós julgamos os outros? Porque não pensamos que é altura de dar o braço a torcer. Altura de dizer, não estou a agir ou pensar da melhor forma?
Devemos de tempos a tempos, fazer uma análise de nós mesmos: "Quem sou Eu?" De onde venho? E para onde vou? Para onde quero Ir?
O que nos diferencia dos animais, é a nossa inteligência e raciocínio. Mas muitas vezes parecemos mais animais do que o que deveríamos ser, Humanos. E porquê?
Cometemos erros, por isso somos Humanos - Homem não Perfeito - mas se reconhecemo-nos como pessoas errantes como algo benéfico, para aprendermos com eles, porque não os emendamos?
Porque continuamos orgulhosos desfazendo grupo de amigos que durante anos a fio e depois...um deserto, árido.
Porque não tomamos consciência, não olhamos para traz e vemos os nossos erros e não tentamos emendar?
Como podemos querer (ou crer) num Mundo Perfeito se não fazemos "bolha" por isso?

De que vale viver se não isso?
Não sou perfeito, longe estou para tal o ser. Mas tento emendar os meus erros, e peço sempre que me digam quando os cometo. Tento dar o braço a torcer e esquecer os "tapa-buracos" investidos em mim. Estar triste com algo ou alguém não me leva a bom porto. Não vale a pena viver para isto se não formos todos felizes. O Medo está sempre presente, a desilusão um pouco à mistura que deturpam o nosso olhar. De que vale sermos "cegos" nesta vida, se não quisermos aprender a ver? Jesus mostra-nos tal milagre, porque é que nós não o aproveitamos? Ele está ao alcance de todos nós e nós, pobres desalmados, terrenos, não o tocamos, não o queremos sentir, enraivecidos pelo devaneio de uma vida injusta causada por nós.
Devemos ser felizes e procurar a felicidade. Para tal, contamos com os nossos poucos Amigos. Mas Amigos no que tal quer dizer a palavra, Amigos que dizem Amigos. Se não de que vale a pena? Senão onde está a felicidade?
O texto vai longo, são só palavras, mas precisamos de por mão à consciência e conscientemente perguntar "Will you stand by Me?". Assim seremos muito mais felizes e puros. Puros de alma e coração, ou simplesmente puros. Um vídeo porta diversas localidades espalhadas pelo mundo em prol de um só "Stand by me", juntos é possível fazer a diferença, mas com as diferenças uns dos outros tocar um só som, a Verdade e o Amor e é isso que é Deus. É isso que é o Mundo Perfeito. É simplesmente isso...
Mas quem sou eu, para julgar que sou dono da Verdade? Como já alguém disse à muitos anos: "Eu só sei, que nada sei!" e aqui cito tal homem de honrosas palavras ditas e frisadas ao mundo, na esperança que este seja melhor um dia após outro rumo a Deus.
(desculpa a extensão do comentário, foi o que saiu à pressão)

Unknown disse...

Meu amigo....

Senti a tua mensagem....

Se calhar à minha maneira...

Apenas quero que saibas....que estou mesmo aqui ao lado....
tenhas os defeitos e as virtudes que tiveres...porque o que importa....é o que nos mexe e nos move.....e realmente...todos queremos o mesmo e estamos em comunhao sempre.....e isso está no nosso interior...ha muitos nomes para isso dai eu nem arriscar um....apenas sente-se...

Um abraço...deste teu amigo também imperfeito...

Anónimo disse...

vinha para aqui desembolsar uma quantidade de sentimentos - e peço-te desculpa por isso rui - depois de ver o filme "Blindness" com a tradução muito bem feita "Ensaio sobre a "Cegueira"", porque é isso mesmo que o filme é. Não só ver a cegueira, mas também sentí-la.
E para ti mário, um abraço. Somos realmente (im)perfeitos e a vida sabe ser Bitch muitas vezes connosco. De tal forma, que nos cega ao ponto de não vermos luz, nem um ponto, nem um pixel, num nada. Ficamos no escuro, sozinhos, desolados, desamparados, descarinhados. Mas existe luz, pode demorar 3 anos como aconteceu comigo, mas lá consegui chegar. O cego também vê. Tal como a felicidade. E nós pobres de nós mesmos, temos de saber aproveitar realmente o que temos e o que poderemos ter e agarrar-nos a elas, não de uma forma ofegante, mas com um leve envolver como um urso polar segura na sua cria. Não nos damos valor, por vezes, ou então damo-nos valor a mais, quando não o temos. E temos de pisar a terra firme, cheirar-lhe o solo e seguir em frente rumo a um só norte, a Felicidade. A força reside em cada um de nós e de nós apenas. Por vez só nos apetece desistir, quantas vezes...Mas de que vale? De que valeu toda a nossa vivência para desistir no fim? Ser feliz é mais do que isso...
Quanto ao filme, Blindness, uma tradução do que seria de nós caso houvesse um virus que cegasse toda a gente sem excepção. Achei lindo a (i)moralidade traduzida no filme, de uma forma que apetece ranger os dentes de raiva, ou ficar com lágrima no olho de um momento ternurento. Incrível como as pessoas podem ser tão egoístas, pobres de espírito, maldosas, acharem-se mais do que qualquer outra pessoa, irreverentes, incompatíveis, nojentas, podres, estúpidas, insolentes, estapafúrdias, rancorosas, abusadoras, sem escrúpulos, sem sentimentos, sem carne ou sangue, sem alma, vazias, estupefactamente nocivas, totalmente desconcertantes...algo deste género. Que só nos apetece matá-las e ser de uma igual forma momentânea iguais a eles. Não temos esse direito, tal como esse tipo de pessoas, pois a nossa liberdade acaba quando começa a liberdade do outro. Mas porque certas pessoas acham-se mais "livres" do que outras, diminuindo assim a liberdade dos outros?
Este filme retrata que caso o mundo ficasse totalmente cego, este mundo como o vemos desapareceria, as pessoas perdiriam toda a noção da realidade, tornar-se-iam selvagens em defesa do seu espaço e à procura de comida para sobreviver, nem que tivessem que matar para o obter, ou usar o poder de uma arma para o obter, como se todos os valores ensinados de geração em geração ao longo de todo este tempo não tivesse existido e tivéssemos voltado ao inicio dos tempos em que o homem não sabia falar, não sabia ser "civilizado", não sabia ser livre de igual forma. E a única coisa que interessasse era a sua existência como individuo.
Incrivel como se revela uma quantidade de valores completamente imorais e inaceitáveis pelo homem assim que vemos uma diversidade maior à nossa frente e não sabemos muito bem como encará-la, usando o lado selvagem que todos nós temos em vez do bom senso e de toda uma cultura anteriormente aprendida ao longo de uma eternidade. Mas se somos assim de que vale sermos civilizados? De que vale lutar pelos nossos direitos, se quando aparece um obstáculo maior perdemos logo toda a essência do Ser Humano, aquilo que conseguimos e vamos conseguindo conquistar?
Mas nem tudo é mau, o filme também nos fala de uma elite mágica que não é cega a preto, mas a branco. Será que caso o mundo cegasse, haveria uma elite luminosa que conseguisse de alguma forma e com mundo esforço ordenar o mundo? Não com interesse de poder, pois esses estariam no escuro à procura dele, às apalpadelas, mas uma elite que tenta ser um Humano real.
E não será este filme também uma crítica, ao Ser Humano real de hoje em dia que é cego? Cego às diversidades em busca de contínuo poder em detrimento de outros. Cego por se sucederem calcando seja quem for preciso para o conseguir. Cego pelos sentimentos dos outros para defender aquilo que achamos mais correcto embora podendo não o ser. Cegos ao ponto de não pedirmos desculpa por sermos orgulhosos em proveito de refazermos ou mantermos amizades...
Porque temos políticos que prometem inúmeras coisas e não leva o País a lado nenhum aclamando que algo fizeram, mas que esse algo não é visível por ninguém. Um povo que vai para a televisão dizer mal dos políticos e queixar-se do sistema e da pobreza, quando é capaz de usar e abusar dos precários meios cedidos pelo estado para ajudar quem realmente precisa, ou estados mundiais ditos poderes do mundo que nada fazem perante os povos mais carenciados, deixando-os a morrer e a matarem-se uns aos outros por não terem uma cultura estável ou sensível a isso mesmo.
Afinal, porque somos cegos? De que vale olharmos todos os dias para o nosso umbigo e falarmos com ele e rir-mo-nos disso e nada fazer?
Que mundo é este em que vivemos?

E tu és Cego?

Anónimo disse...

Sérgio Paulino! Se isto é à pressão o que será sem ela! Usa e abusa do espaço, só assim ele tem algum sentido. Há um café em falta!

Mário: foi por causa do Pintor que voltei a estas andaças! Um abraço.

RM

Anónimo disse...

oi,
penso que o mundo não é prefeito porque nós não somos prefeitos, para isso é que existe os amigos, porque mesmo sabendo os nossos defeitos nos amam.
Como o poet diz muitas vezes quando apontamos um dedo esqueçemo-nos dos 4 que estam virados para nós.
é uma verdade, apenas as vezes estamos tão cegos que não vemos.

Uma vez uma senhora estava em casa com uma amiga e foi a sua janela e comentou com a amiga: "Ja viste a minha visinha da frente não tem vergonha, põe os lençois a secar todos imundos, que vergonha";
Sua amiga continuou a ir a casa da senhora e a senhora criticava sempre a sujidade da roupa da visinha; ate que um dia a amiga lhe disse: "porque não abres a tua janela?" e a senhora assim o fez, e viu que a roupa que tão criticava estava muito limpa, então ela entendeu que a sujidade era das suas janelas.

Será que temos as nossas limpas??


obrigado mario;
continua a escrever pois adoro, figo.

Simplesmente eu